O dia inicial com cada fatia da empresa valendo cerca de US$ 17, mas ao longo do período, o valor saltou para US$ 24,48. Isso se refletiu também no valor total da empresa, avaliada neste momento em US$ 28,33 bilhões graças ao aumento galopante no preço das ações.
A questão é se esse crescimento será sustentável ou será fogo de palha. É fácil lembrarmos de situações similares de empresas como o Facebook, que teve uma oferta inicial de ações extremamente desastrada, com papéis altamente desvalorizados e foram necessários meses para que tudo retornasse ao patamar inicial. Do outro lado, temos o Twitter, que teve grande sucesso como a Snap, mas não conseguiu aproveitar o impulso inicial e hoje sofre com a possibilidade de ser comprado por ser incapaz de fazer crescer e monetizar sua base de usuários.
É difícil ficar empolgado com as perspectivas da Snap no longo prazo, porém. Seu principal produto, o Snapchat, parece ter estagnado, enquanto o concorrente Instagram Stories dispara em uso e com o gigante Facebook colocando todo seu peso para tornar o Snapchat redundante ao incluir um recurso similar em todas as principais plataformas da empresa. Além disso, o modelo de negócios neste momento está longe de ser lucrativo. Em 2016, a empresa perdeu US$ 514 milhões, com receitas de apenas US$ 404 milhões.
Mantendo as comparações com o Facebook: projeta-se que a Snap alcance US$ 936 milhões em receitas ao longo do ano; isso significa que o os investidores consideram que a empresa vale 30 vezes o que ela deve ser capaz de arrecadar em 2017. Atualmente, a relação entre receitas e valor de mercado do Facebook é de cerca de 10,5 vezes. Ou seja: existe uma chance realmente grande de a empresa estar supervalorizada no momento.